sábado, 5 de novembro de 2005

Fundos de acções

Poupar e investir

O país está em crise? Então tem mais uma razão para poupar ou reconverter seus aforros ou depósitos a prazo. Sugiro-lhe a fórmula com maior retorno até para pequenas poupanças, o fundo de acções.

Poupar com alguma periodicidade, isto é, colocar de parte o possível dos rendimentos e investir essa poupança em bens de poupança, que vão, digamos, do] porquinho mealheiro ao sofisticado fundo de acções, assume alguma importância e pode fazer a diferença. A saber: O endividamento dos portugueses atinge 110% do Produto Interno Bruto, o que significa que, entre outras coisas, se privados de um dos 14 ordenados que recebe no ano, o “português médio” ficará quase de certeza órfão dos popularíssimos cartões de crédito, plafonds, etc. que conseguirão o milagre da multiplicação das prestações que, em regra, já são destino da fatia de leão do vencimento do mês que vem.

Por exemplo, se destinar 10% dos seus rendimentos mensais a sobreviver mais um mês for difícil, 5% não o será tanto e, se ao invés de ficar na gaveta, for para investir, dentro de cerca de um ano e meio (na pior das hipóteses) terá o suficiente para fazer face a alguns contratempos e, mantendo-o a longo prazo, poderá mesmo ficar uma pessoa consideravelmente com mais uns euros [mais rica].

Segundo contas práticas, como conta o guru da Bolsa Warren Buffet, guardar anualmente [durante 20 anos,] 1 000 euros na gaveta, ao fim de 20 anos, terá 20 000 euros. Se colocar esse dinheiro num depósito a prazo, a 5% ao ano, terá algo como 46 600 euros. Porém, se bem aplicado em acções na bolsa, com uma valorização média de 23%, as vinte entregas anuais realizarão cerca de 300 000 euros.

Ora, mesmo não dispondo de 1 000 euros anuais e mesmo tendo uma valorização menor que os 23%, já se sabe que “quem não arrisca não petisca” e, expondo poupanças ao mercado accionista, o mais provável é vir a ganhar com isso a médio prazo. Mesmo com anos bons e maus, a bolsa nacional, desde 1976, regista uma valorização anualizada um pouco superior aos 15%, o que significa ficar a ganhar face à inflação e aos depósitos a prazo e, até, a ambos juntos...

De todos os produtos de poupança disponibilizados pelas instituições financeiras, o que tem ganho mais relevo é o fundo de acções, isto é, um título em dinheiro exposto à evolução do valor de determinadas acções em bolsa.

O objectivo destes produtos é, ao escolher apenas algumas acções de empresas cotadas em bolsa e não todas, superar a performance dessa bolsa ou de determinado sector económico, diminuindo o risco inerente a investir em apenas uma acção.

Dificilmente o balcão do seu banco não dispõe de uns quantos fundos, entre os quais os ditos fundos de acções. Uns dedicados a acções portuguesas, outros a europeias e outros, até, sobre acções orientais.

Os fundos de acções são uma oportunidade para quem não se interessa pelas bolsas de ganhar com elas com pouco esforço e sem necessitar de uma atenção permanente, a partir de, normalmente, 500 ou 1000 euros...


André Lopes, Setembro 2005

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